Literatura na Arquibancada sempre bateu nessa tecla:
literatura esportiva como ferramenta para formar novos leitores. E é pela base,
com os mais jovens, que esse hábito pode alcançar resultados positivos. Parece
óbvio, mas na prática, o Brasil continua devendo no quesito leitor.
O livro de Alberto Martins, “Café-com-leite e Feijão-com-arroz
– E outras histórias de futebol” (Companhia das Letrinhas) é mais uma, entre
tantas boas opções que a literatura esportiva brasileira oferece.
Apresentação (da
editora)
"Nunca fui craque em futebol", confessa o autor
na primeira frase deste livro. No pontapé inicial já dá para perceber que ele
joga limpo e admite: nas peladas que batia com os amigos e os irmãos, em
Santos, no litoral paulista, volta e meia pisava na bola e fatalmente era
chamado de "café-com-leite". Alberto Martins acabou virando outro
tipo de craque: artista plástico, poeta e escritor de mão cheia, escreveu dois
livros infantis sobre arte brasileira, A floresta e o estrangeiro,
sobre Lasar Segall (Companhia das Letrinhas, 2000) e Goeldi: história de horizonte
(Paulinas, 1995), que recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil.
Embora fosse meio perna-de-pau, ele sempre foi apaixonado
por futebol e pelo mundo que rodeava o campinho onde jogava o seu
"feijão-com-arroz" - e não fazia feio. Jogar futebol feijão-com-arroz
consistia em azucrinar bastante o adversário, passar a bola para o companheiro
mais próximo e, se as coisas encrespassem, conduzir a jogada para umas bananeiras
que havia ali perto.
"Café-com-leite & feijão-com-arroz", a
primeira parte do livro, traz as lembranças de Alberto em casos cômicos,
dramáticos, emocionantes, com todas as paixões (às vezes furiosas) que só
nascem dentro de campo. A segunda parte traz histórias de amigos de Alberto e
de três craques de verdade: Gilmar, Pepe e Zito, em partidas históricas há mais
de cinqüenta anos.
Como ninguém joga bola sozinho, o ilustrador Andrés
Sandoval entrou em campo e fez uma tabelinha impecável com Alberto, em ilustrações
repletas de ginga e futebol-arte.
Sobre o autor:
Alberto Martins
é artista plástico e escritor. Formou-se em Letras pela Universidade de São
Paulo em 1981. No mesmo ano iniciou sua prática de gravura com Evandro Carlos
Jardim, na Escola de Comunicações e Artes da USP. Em 1985 estudou gravura no
Pratt Graphics Center, em Nova York, e desde seu retorno ao Brasil participa de
várias exposições no país e no exterior. Em 2007, a Estação Pinacoteca, em São
Paulo, apresentou a retrospectiva "Em trânsito", reunindo gravuras e
esculturas produzidas desde 1987. Em 2010, realizou a exposição "Cor,
Corte, Ferrugem", sua primeira individual no circuito de galerias na
Galeria Raquel Arnaud, que o representa desde 2007. Como escritor publicou,
entre outros, os livros Poemas (Duas
Cidades, 1990); Goeldi: história de horizonte (Paulinas/MAC-USP, 1995),
que recebeu o prêmio Jabuti; A floresta e o estrangeiro
(Companhia das Letrinhas, 2000); Cais (Ed. 34,
2002), com xilogravuras do autor; A história dos ossos (Ed. 34, 2005),
segundo lugar no Prêmio Telecom de Literatura; A história de Biruta (Companhia
das Letrinhas, 2008); o livro de
poemas Em trânsito (Companhia das
Letras, 2010); Lívia e o Cemitério Africano (Ed.
34, 2013) e a peça de teatro Uma noite em cinco atos
(Ed. 34, 2009).
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