Um craque dos cartuns. Assim pode ser definido o
argentino Guilhermo Mordillo. Seu traço inconfundível já era conhecido no mundo
inteiro, mas o futebol era apenas um de seus temas. Agora, pela primeira vez na
história, a Editora Panda Books reuniu 115 obras de Mordillo em um livro
imperdível: “Mordillo – Futebol & Cartuns”.
Apresentação (da
Editora)
Quando pequeno, em seu bairro Villa Pueyrredón, em
Buenos Aires, o ilustrador e cartunista Guillermo Mordillo costumava jogar bola
na rua com seus amigos. Torcedor do Ferro Carril, ele amava o futebol. Mas, na
mesma época, também tinha como ídolo Walt Disney e caminhava sempre com uma maleta
repleta de desenhos e sonhos. Assim, ao longo de sua extensa carreira, ele
criou obras que misturavam suas duas grandes paixões. E agora, pela primeira
vez na história, o livro da Panda Books, Mordillo – Futebol & Cartuns,
reúne seus desenhos sobre futebol em um único volume.
Ao todo, 115 obras relacionadas ao esporte bretão
apresentam a visão humorística do artista, que debate de forma singela e
despretensiosa temas como a urbanização das grandes metrópoles e a resistência
dos campinhos mundo afora, além de retratar cenas inusitadas dos jogos de
futebol, proporcionando boas risadas.
Reconhecidos pelo seu colorido característico e pela
ausência de textos, os cartuns de Mordillo conquistaram reconhecimento
internacional em vários países, como Itália, Portugal, Alemanha, França, China,
Bélgica, Espanha, entre outros.
No Brasil, seus trabalhos foram publicados em
diversas revistas e foram animados para serem exibidos em programas da TV
Globo.
Futebol e humor: essa é a essência tratada em Mordillo –
Futebol & Cartuns.
Para os amantes da bola e da arte, um belo presente do
artista argentino.
Prefácio
Por Alberto Villas
Adolescente,
a curtição era o traço rápido de um Henfil, de um Ziraldo, de um Nani, de um
Jaguar no irreverente Pasquim. Na minha Belo Horizonte, a
coqueluche era o Oldack Esteves, que todos os dias publicava uma charge no
jornal Estado
de Minas. Tudo em
preto e branco, papel jornal, sempre em preto e branco.
Cor era
com o anarquista Millôr em seu Pif Paf,
com o Claudius e o sofisticado Juarez Machado na Manchete. Quando bati os olhos no desenho de
Mordillo fiquei deveras impressionado. Foi na última página da Ele Ela, uma revista para ler a dois que os
Bloch começaram a editar no final dos anos 1960. Meio picante, não era lá
nenhuma Playboy, mas tinha um tempero erótico que
não permitia que ficasse exposta à visitação pública num salão de barbeiro
qualquer da vida.
Ecoline?
Lápis de cor? Aquarela? Guache? Pastel? Como é que ele conseguia fazer um traço
tão perfeito, tão redondo e impecavelmente colorido?
Computador
não havia para ninguém, era ali na prancheta e à mão que ele derramava seu
talento e o seu humor elegante, silencioso, sutil, sem uma palavra sequer.
Desde
pequenininho, na Buenos Aires onde nasceu, Guillermo Mordillo gostava de
desenhar. Era desenhar e jogar futebol, duas paixões. Quando tornou-se maior de
idade já estava ele ilustrando livros infantis e fazendo desenhos animados para
a televisão e até para o cinema. Inquieto, foi morar um tempo no Peru e logo
depois partiu para os Estados Unidos. Onde chegava tinha trabalho porque o talento
sempre falava mais alto. De Nova York pulou para Paris, onde fez a festa.
Publicou livros, fez dezenas de cartões-postais, calendários, pôsteres, enfim,
espalhou sua obra pelos quatro cantos do mundo.
Seu traço
inconfundível transformava qualquer bicho, qualquer monstrengo, num bichinho
fofo. Fosse um elefante, fosse uma girafa, fosse uma vaca, um jacaré. Ou fosse
até mesmo um baixinho narigudo. Os humanos, geralmente em preto e branco,
estavam sempre em situações que desaguavam no humor. Não aquele humor de
gargalhada, do riso fácil, mas o humor que faz pensar. Quem bate o olho num
Mordillo sempre para, pensa e deduz: “Que sacada!”.
Aqui,
neste belíssimo livro ele entra em campo de corpo e alma. Está à vontade
correndo pra lá e pra cá, jogando em todas as posições. Com Mordillo não tem
zero a zero, nenhum temor — nem mesmo na hora do pênalti. Mordillo só dá bola
dentro.
Sobre o autor:
O argentino Guillermo
Mordillo é um cartunista e ilustrador muito reconhecido ao redor do mundo.
Ao longo de sua carreira, morou em diversos países, como Peru, Estados Unidos,
França e Espanha. Ilustrou livros de contos de fadas para crianças, encabeçou
campanhas publicitárias, criou desenhos animados, concebeu cartões e esboçou
imagens humorísticas. Conquistou também diversos prêmios e títulos, entre eles
o de professor honorário de humor e de catedrático honorário de humor pela
Universidade de Alcalá de Henares, na Espanha.
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