“Um calendário de bom senso para o futebol brasileiro”. Sem as aspas, bem
que poderia ser a chamada de qualquer reportagem recente sobre os problemas que
o futebol brasileiro atravessa há tempos. Com aspas, é o título do trabalho mais
recente do professor Luis Filipe Chateaubriand, Mestre em Administração pela
FGV – Fundação Getúlio Vargas.
Muitos “chutes” foram dados nos últimos anos sobre as tais necessidades
de mudanças no calendário do futebol brasileiro, mas nada se compara ao
trabalho desenvolvido pelo autor nos últimos anos. Ele é autor, desde o ano
2000, de vários livros (5) que abordam este que é considerado um dos grandes
problemas do futebol brasileiro. O livro mais recente era “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto
de Calendário” (Publit Soluções Editoriais, 2011).
Com a autorização do autor, Literatura na Arquibancada
disponibiliza para você, leitor, a mais recente atualização deste trabalho, em
PDF, enquanto o mesmo aguarda editora para publicação no mercado. Vale a pena
conhecer as ideias propostas pelo autor, várias delas, com certeza, polêmicas: http://www.universidadedofutebol.com.br/_adm/Files/pdf/Livro%20sobre%20Calend%C3%A1rio%20do%20Futebol%20Brasileiro.pdf
Apresentação
Por Luis
Filipe Chateaubriand
Estávamos no ano de 1.989 e eu, com 19 anos e cursando a
faculdade de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, escrevi
meu primeiro trabalho sobre o calendário do futebol brasileiro. Era um trabalho
sobre diversos assuntos relativos ao futebol, dentre os quais o indecente
calendário de nosso futebol era o principal. Utilizei os escritos como
equivalentes a uma monografia final de curso.
Passados quase 25 anos, o sentimento era de tristeza,
muita tristeza, pois percebia que nada de essencial mudava no calendário do
futebol brasileiro. Escrevi cinco livros a respeito (em 2.000, 2.001, 2.002,
2.009 e 2.011), fui solicitado pela Imprensa para falar a respeito, dei
razoável número de entrevistas, escrevi dezenas de artigos opinativos em mídias
consagradas, muitos elogiaram os livros, alguns criticaram. Mas, mudanças no
cenário, nada muito digno de registro.
Já desiludido, e conformado com a ideia de que nada
mudaria, ao final de 2.012 fui convidado para fazer parte de um grupo de pessoas
ligadas à gestão do futebol, que se denominou Futebol do Futuro. Era um grupo
com quase 20 profissionais da gestão no futebol, que se propunha a fazer uma
consultoria gratuita para os entes do futebol brasileiro, sobre como fazer
prosperar a atividade (mais detalhes em www.futeboldofuturo.net
). Trabalhamos, com afinco, em três assuntos centrais: técnicas para a melhoria
do jogo, gestão no futebol (o que incluía tanto aspectos de marketing, como
aspectos financeiros) e, obviamente, melhorias para o calendário do futebol
brasileiro.
Fiquei encarregado de escrever as três propostas
alternativas do grupo ao pífio calendário atual de nosso futebol.
Pouco depois, em 2.013, surgiu um movimento que sacudiu o
futebol brasileiro: O Bom Senso Futebol Clube. Também fui convidado a ser
colaborador do grupo de jogadores, quanto a assuntos relativos ao calendário,
e, assim, ajudei a desenhar a proposta do grupo.
Então, ao longo dos anos de 2.013 e 2.014, ajudei a
construir quatro propostas de calendário para o futebol brasileiro: As três do
Futebol do Futuro e a do Bom Senso Futebol Clube.
Me sinto honrado de ter participado de tais experiências
e acredito que, em todos os casos, construiu-se propostas muitíssimo melhores,
mas muito melhores mesmo, do que se tem no calendário do futebol brasileiro
atual.
A despeito disso, minha proposta predileta não é nenhuma
das quatro que ajudei a desenhar.
No trabalho que fiz para o Bom Senso Futebol Clube, minha
alçada de decisão não era tão ampla. Não estou me queixando disso: Se o
movimento é do grupo de jogadores, a proposta tem que ser deles, não minha. Meu
papel era o de dar contornos mais específicos ao que era decidido de forma mais
genérica. As grandes ideias foram a criação de Copas Estaduais no lugar dos
Campeonatos Estaduais, enxugando-se o calendário, e a criação de cinco séries
para o Campeonato Brasileiro, permitindo a ocupação de todos os clubes
profissionais ao longo do ano inteiro.
Diga-se, de passagem, que as lideranças do Bom Senso
Futebol Clube são muito abertas a sugestões e, assim, muitas vezes, o que
propus acabou sendo aceito pelo grupo. Outras vezes, isso não aconteceu. Como
deveria ser: Sou colaborador do projeto, não dono do projeto.
Tenho certeza que meus amigos do Bom Senso Futebol Clube
estão abertos a analisar propostas que julguem aceitáveis. E escrevo este
documento para lhes trazer uma reflexão a respeito – que, tenho certeza, é
bem-vinda.
No Futebol do Futuro, também tive autonomia para defender
o que julgava apropriado, amplamente. Mas sempre tive ciência que, ali, meu
papel era redigir o que o grupo decidisse, e não fazer valer minha proposta,
para o grupo endossá-la. Quando fazemos parte de uma equipe, temos que jogar de
acordo com o que a equipe deseja, e nos adaptarmos a ela.
O grupo Futebol do Futuro decidiu trabalhar com três
cenários alternativos de calendário, independentemente se com adequação, ou
não, ao calendário do futebol europeu. Em um dos cenários, os Campeonatos
Estaduais passavam a ser divisões menores do Campeonato Brasileiro, jogados
simultaneamente a estes. Em outro cenário, os Campeonatos Estaduais eram
mantidos, mas apenas com dez datas. Em mais um cenário, os Campeonatos
Regionais é que tinham dez datas, com os Campeonatos Estaduais sendo divisões
menores destes.
Os amigos do Futebol do Futuro estão abertos a analisar
boas propostas e perpassá-las à comunidade do futebol, também confio nisto.
Também os convido, assim, a refletirem sobre o que neste documento se propõe.
Fiquei muito honrado por participar de projetos das
notáveis Instituições, foram oportunidades profissionais incríveis. Contudo,
devo dizer que as quatro propostas de calendário que ajudei a construir são
muitos boas, bem melhores do que se tem, mas não são a minha proposta
preferida.
Minha proposta preferida é a que eu escrevo no presente
livro. Um calendário que, em minha visão, e que gostaria de compartilhar com os
leitores desta obra, é a solução para fazer, como eu já dizia em meus livros de
2.009 e de 2.011, os clubes grandes jogarem menos, os clubes pequenos jogarem
mais, e todos eles jogaram ao longo de toda a temporada anual.
Independentemente das quatro propostas que ajudei a
construir, e de outras que temos à disposição (como as dos meus amigos João
Henrique Areias e Amir Somoggi, por exemplo), o calendário do futebol
brasileiro continua sendo muito ruim. É acreditando na ideia de que estamos
longe de ter um calendário ao menos razoável que escrevo este novo documento.
Melhorar é preciso!
Continuo alimentando a esperança de que, algum dia, o
futebol brasileiro terá um bom calendário. É na pretensão de ajudar a
construí-lo que escrevo este novo livro.
Sobre o autor:
Luis Filipe Chateaubriand é professor universitário na
área de Administração, lecionando disciplinas ligadas a Logística, a Operações,
a Métodos e Sistemas, a Gerenciamento de Projetos e a Estratégia Empresarial.
É, também, consultor de Gestão, nas referidas áreas.
É Mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. E MBA
Executivo, Pós Graduado em Comércio Exterior e Bacharel em Administração pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui, para além do atual, quatro
livros publicados, além de mais de uma dezena de artigos publicados em jornais
e periódicos como o "Jornal do Brasil", "A Gazeta
Mercantil" e "Revista Época".
É consultor de conteúdo do
Bom Senso Futebol Clube e Futebol do Futuro.
idéias interessantíssimas! parabéns ao autor pela longa caminha e trajetos seguidos para o desenvolvimento de uma reorganização do nosso esporte bretão!
ResponderExcluirGostei muito do seu livro, da seriedade com q aborda o tema e, dentro de suas especificas propostas, da forma como foram desenvolvidos os temas e justificadas as escolhas nas elaborações das propostas de calendário.
ResponderExcluirPenso q temos pelo menos uns cinco pilares q, sem todos eles, não ha possibilidades de desenvolvimento de nosso futebol.
Porém sobre o calendário, devido as nossas tradições de muitos grandes times espalhados pelo pais (causa) e de campeonatos regionais (origem) penso q a solução se daria através da criação de 7 ligas regionais, q geririam seus torneios, com divisões de acesso e calendário o ano todo. Esse formato necessitaria de um ajuste tb da Conmebol, pois os campeões juntariam-se aos campeões nacionais da Conmebol disputando a libertadores e entrando na fase final do nacional. Na sequência de classificação regional, classificariam-se os times da primeira fase nacionale os times de um nacional B, como UCL e Liga Europa.
Porem sei q devido a alguns interesses de lucros mais imediatos minha proposta se tornaria difícil de se colocar em prática. Porém nao custa nada expo-la, para q as pessoas abram sua mente com relação a alternativas. ..