Mais do que discutir a convocação e resultados da Seleção
Brasileira na Copa 2014, o brasileiro parece ter aprendido a questionar a
gastança desnecessária para a realização deste evento. Dizem que entender o
passado é fundamental para compreendermos o presente, ainda mais quando a copa
é realizada no Brasil.
Um livro importante para aqueles que querem aprofundar ainda
mais todas as questões que envolvem a realização do maior evento do futebol
mundial é “1950: O Preço de uma Copa”, da Editora Letras do Brasil. Uma copa
traumática para o torcedor brasileiro, mas que colaborou de maneira definitiva
na construção da paixão do brasileiro pelo futebol.
Literatura na Arquibancada agradece aos autores pela cessão de
trechos da obra, que você, leitor, pode acompanhar mais abaixo.
Sinopse (da
Editora):
Enquanto a
imprensa, os brasileiros e o mundo se preocupam com a preparação brasileira
para a Copa 2014, os jornalistas Beatriz Farrugia, Diego Salgado, Gustavo
Zucchi e Murilo Ximenes foram atrás dos erros e acertos cometidos em 1950.
O grupo
passou um ano percorrendo as seis cidades-sedes da competição (Belo Horizonte,
Curitiba, Porto Alegre, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro) e reconstruindo os
passos das autoridades daquela época.
O resultado
é o livro “1950: O Preço de uma Copa”, da Editora Letras do Brasil. A obra
resgata toda a preparação para o Mundial de 1950 e traz à tona a construção de
estádios, os interesses políticos por trás dos jogos, o dinheiro público
envolvido e a história de pessoas que tiveram suas vidas marcadas profundamente
por essa Copa do Mundo.
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Obras no Maracanã para a Copa 1950. |
A obra traz
ainda relatos da filha do responsável pela construção do Estádio Independência,
do funcionário mais antigo do Maracanã e de um ex-jogador e dirigente do
América-MG.
O livro
“1950: O Preço de uma Copa” também contém uma galeria de fotos e tabelas de
cada jogo disputado no Brasil, com público, renda, escalação e arbitragem. Além
disso, a obra traz em detalhes os gastos de cada uma das seis cidades-sede da
competição.
A obra é
leitura obrigatória para os amantes do futebol, jornalistas, estudiosos e
brasileiros, que acompanham os preparativos do país para a Copa 2014.
Introdução
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Obras construção Maracanã. |
Desde 1938
que a Taça do Mundo, como era chamada a Copa naquele tempo, não era
disputada. Um total de 12 anos. O maior torneio de futebol do planeta foi
interrompido por uma força maior. Pouco tempo após a Itália ter se sagrado
campeã do mundo na França, as tropas nazistas de Hitler se movimentavam,
prévia do mais sangrento conflito armado do século 20, a Segunda Guerra
Mundial.
Consta que a
preparação da Fifa para a Copa de 1942 começou logo após o fim do Mundial
anterior, consultando eventuais interessados em sediar o torneio. Três
nações competiam para recebê-lo: Alemanha, Argentina e Brasil.
Trechos do
livro
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Obras na Vila Capanema para Copa 1950. |
O som do apito é ouvido na Vila Capanema. Familiar aos moradores, ecoa
pelo ar. Não se trata, porém, do apito de um juiz arbitrando um jogo de
futebol e, sim, do aviso da chegada do trem que traz as primeiras doações
para a construção do estádio do Clube Atlético Ferroviário do Paraná. O
ano é 1943, e sob supervisão de Durival Britto e Silva, responsável pela
RVPSC (Rede Viação Paraná-Santa Catarina), a composição descarrega as
primeiras madeiras para o início das obras (...)
O time do
Ferroviário, como o próprio nome diz, era basicamente formado pelos
funcionários da rede ferroviária. A maioria dos jogadores trabalhava
durante o dia na construção da ferrovia Paraná-Santa Catarina e depois se
divertia batendo bola. Entre os poucos jogadores profissionais,
destacava-se João Maria Barbosa, que atualmente é o historiador do Paraná
Clube. Ele entrou Curitiba para o time em 1944 e, quando chegou ao campo para
treinar, viu a precariedade das instalações do Ferroviário. “Não tinha
nada. Tinha o campo, mas era campo de treinamento aberto, campo de várzea
mesmo”, afirmou o ex-atleta.
O
Ferroviário era bancado pelos próprios funcionários da rede espalhados por
todo o Paraná. Muitos, porém, não sabiam que eram contribuintes do clube,
já que uma pequena quantia do salário era descontada automaticamente da folha
de pagamento todo mês.
Mas o
montante arrecadado não era suficiente para cobrir os custos da obra de um
grande estádio de futebol (...) Uma das doações mais notáveis encontra-se no
estádio até hoje e serve de referência para o clube. Trata-se de um
relógio de corda datado de 1884, com grandes ponteiros, oferecido pela
antiga estação de trem da rua Barão do Rio Branco. Ele foi instalado bem
no meio do estádio, no alto das arquibancadas e entre duas torres. O
responsável por dar corda e manter o relógio funcionando é José dos
Santos, o “Seo Zé”, que trabalha no clube desde 11 de setembro de 1958.
Recife:
A capital
pernambucana garante, assim, apenas uma partida do Mundial em terras nordestinas.
Mas os torcedores não desanimaram e continuaram a reforma da Ilha. Ainda
mais porque, entre os convocados para jogar na seleção brasileira, estava
Ademir de Menezes, apelidado de Queixada, jogador do Vasco e ex-Sport, e
que viria a ser o artilheiro da Copa.
Sobre os autores:
Beatriz Farrugia Foina, é
natural da cidade de São Caetano do Sul (SP). Formada em Comunicação
Social – Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp),
já trabalhou em jornal impresso, revista especializada e assessoria de imprensa.
Atualmente é jornalista na agência italiana ANSA e curso MBA em Relações
Internacionais na FGV-SP.Diego Salgado é jornalista desde 2008, formado na Universidade Metodista de São Paulo. Após passagem pelo SBT, ingressou no jornalismo esportivo. É repórter do Portal 2014 há três anos onde acompanha os principais fatos da preparação brasileira para a Copa do Mundo. Participou da cobertura da Copa da África do Sul. Em 2011, ingressou na Web Rádio Voz do Futebol. Também trabalhou na Rede Nacional de Notícias. É também colaborador do Blog do Torcedor do Corinthians, na Globo.com, e coautor do livrorreportagem "1950: O Preço de uma Copa".
Gustavo Zucchi é graduado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo. Participou do projeto Acervo Estadão, sendo autor de diversos perfis de esporte e cobriu a Olimpíada de Londres pelo Estado. Escreveu para o finado JT. Atualmente, dá uma mão na editoria de esportes do portal do Estadão.
Murilo Ximenes é formado em Jornalismo e Comunicação Social - Rádio e TV. Trabalhou em grandes empresas como TV Record, Pirelli Pneus e Senac São Paulo. Já atuou com comunicação interna, sendo responsável por criação de campanhas, envio de e-mail informativo e marketing, jornal mural e outros tipos de comunicação entre empresa/funcionário.
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