Se até um dos maiores craques do futebol brasileiro
afirmou que ele chegou a ser o melhor driblador do país, mais até do que
Garrincha, por que duvidar? José Ribamar de Oliveira não é ninguém para o mundo
da bola, mas quando o seu apelido, Canhoteiro, é revelado, as coisas mudam
completamente de figura.
Canhoteiro é daqueles jogadores inexplicáveis. Gênio na
arte de driblar, acabou no quase anonimato, resgatado aqui e ali por uns
poucos. Mas para os que o viram jogar, não há mistério. Chico Buarque chegou a colocá-lo
na letra da famosa música “Futebol”. Zeca Baleiro e Fagner, idem, e foram além,
compondo uma música com o seu apelido “Canhoteiro”.
Vídeo com Fagner e Zeca Baleiro - Canhoteiro
Mas a maior de todas as homenagens foi o livro escrito
por Renato Pompeu, a biografia “Canhoteiro – O homem que driblou a glória”
(Ediouro, 2002) (Há também uma edição com o título "Canhoteiro - O Garrincha que não foi", que ilustra este post). Leitura obrigatória para entender como muitos de nossos
craques acabam esquecidos pela história. Canhoteiro foi um dos primeiros
jogadores a ter um “fã-clube” oficial. Morreu jovem, às vésperas de completar
42 anos.
Literatura na Arquibancada destaca abaixo o segundo
capítulo da obra, “Derrota e Vitória”, onde se compreende as verdadeiras razões
para que Canhoteiro não tivesse brilhado como deveria.
Derrota e Vitória
Por Renato Pompeu
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Canhoteiro (1º a direita), na seleção brasileira. |
Os paulistanos sempre considerarão Canhoteiro melhor do
que Zagallo, e o colocarão sempre, sejam corintianos como o jornalista Juca
Kfouri, palmeirenses como o locutor Fiori Gigliotti, além é claro de
são-paulinos como o jornalista Alberto Helena Jr. e Geraldo José de Almeida, na
seleção brasileira de todos os tempos. Almeida chegou a dizer que a escalação
da seleção brasileira começava pela ponta-esquerda, em vez de pelo goleiro,
para que a relevância de Canhoteiro ficasse bem demarcada. E alguns desses cronistas
punham Canhoteiro até na seleção mundial de todos os tempos, ignorando
completamente a Zagallo, embora o ponta maranhense nunca tenha vencido, em
diferentes situações, quatro títulos mundiais, dois como jogador e dois como
membro do comando técnico.
Mas paradoxalmente foi Canhoteiro quem abriu o caminho
para Zagallo se tornar o brasileiro com os maiores títulos no futebol. Esta
história tem várias versões, que serão discutidas ao longo deste livro. Mas
desde já fique claro: Zagallo não barrou Canhoteiro; Canhoteiro é que barrou a
si mesmo. Zagallo acabou barrando Pepe quando Canhoteiro não era mais cogitado
para a seleção. Por isso, Canhoteiro é um mito tão estranhadamente paulistano.
Era um herói perfeito, capaz de ir carregando a bola em alta velocidade ao
longo da linha lateral, sem que ela saísse da comprida e estreita marca de cal,
desde a linha do meio-de-campo até a linha de fundo, ou de “driblar a própria
sombra”, segundo seu reserva no São Paulo, Aílton. Do mesmo modo como a cidade
é perfeita na qualidade de a mais bem-sucedida fusão de etnias e culturas de
toda a história da humanidade. Mas ele, que não foi a nenhuma Copa, falhou
assim no seu dever principal, o de tentar o título mundial para o Brasil,
exatamente como a cidade falhou no seu dever principal, que sempre foi – e isso
nunca deixou de ser alardeado desde o tempo em que seu lema era ser a “locomotiva
de 21 vagões”, que seriam os outros Estados – o de liderar a entrada do Brasil
no Primeiro Mundo. Apesar disso, a cidade se orgulha ao mesmo tempo de si mesma
e de Canhoteiro. Ela e ele se reconhecem naquilo que representam: a vida que
poderia ter sido e que não foi. Canhoteiro, como São Paulo, se omitiu na hora
h: ele, na Copa de 1958; a cidade, sempre que seus dirigentes assumiram o
comando do país; seus dirigentes, sempre que se tornavam dirigentes federais,
procuraram barrar o caminho do Brasil rumo à industrialização; ao contrário,
privilegiaram, primeiro, o setor rural; depois, o setor financeiro.
Além do mais, existe outro aspecto especificamente
paulistano na carreira de Canhoteiro. Naqueles tempos, o nacional e o popular
eram o carioca. As televisões ainda não tinham tornado rotina as transmissões
nacionais de jogos; fora da região metropolitana de São Paulo não se ouviam as
rádios paulistanas. Em todo o país, inclusive no interior de São Paulo, ou se
ouviam as rádios locais ou se ouviam, em ondas curtas, as rádios cariocas, em
especial a Rádio Nacional. Só na capital paulista é que não se ouviam as rádios
cariocas. Assim, Canhoteiro só era realmente bem conhecido em São Paulo: além
das poucas dezenas de milhares de pessoas que assistiam a seus jogos ou que
liam os jornais esportivos eminentemente regionais, só as centenas de milhares
que ouviam seus jogos pelo rádio é que sabiam da fama de Canhoteiro. Para
milhões de brasileiros que acompanhavam o futebol, ele era um ilustre
desconhecido. Ainda mais porque, quando jogava pela seleção brasileira, ficava
como que intimidado com a necessidade de jogar “seriamente”. Pois Canhoteiro,
entre outras coisas, dificilmente “jogava sem bola”, ou seja, não recuava para
marcar. Nem mesmo corria para se posicionar para receber um passe mais recuado
ou mais afastado da ponta-esquerda, ficando quase sempre estaticamente, lá na
frente, ou “jogando aberto, bem avançado”, como dizia, à espera de que a bola
chegasse até ele. Nesse momento então, e só então, é que se tornava seu mágico
dono, quase rei (mesmo porque transformava instantaneamente em “redonda”
qualquer bola que lhe fosse passada “quadrada”, não importando as condições do
passe ou as habilidades do companheiro que lhe lançava a bola).
Seu verdadeiro futebol não aparecia, assim, na seleção,
onde dificilmente tinha em grande número companheiros que conheciam seu modo de
jogar. Afinal, não havia em São Paulo um equivalente ao Canal 100 do Rio de
Janeiro, que documentava em todos os cinemas do país as peripécias do
Campeonato Carioca. Assim, se pode especular que, se Garrincha tivesse sido um
jogador do Campeonato Paulista, não seria conhecido nacionalmente como o foi já
antes de 1958. Até hoje, lembremos, os times cariocas tem mais torcedores
nacionalmente de que os times paulistas, apesar da relativa decadência do
futebol do Rio, antes totalmente superior, em relação ao futebol paulista, este
depois em ascensão quase praticamente contínua. E, nos tempos de Canhoteiro, o
futebol carioca não estava nada decadente; muito pelo contrário; estava
atingindo uma de suas numerosas fases de auge e apogeu, que, oxalá, devam
voltar. Mais uma razão para que Canhoteiro, embora considerado de importância
mundial para os que o viram jogar, não tivesse chegado nem mesmo a ser
vagamente lembrado pela enorme maioria dos torcedores brasileiros. Ficou como
fenômeno provinciano, estadual e quase que exclusivamente paulistano.
Do mesmo modo, os cantores famosos em São Paulo na época –
Sólon Sales, Hebe Camargo, Wilma Bentivegna, Bárbara Ardanuy ou mesmo Roberto
Luna e outros ilustres desconhecidos no país como um todo – de maneira nenhuma
podiam concorrer nacionalmente com Cauby Peixoto ou Ângela Maria, para não
falar de Emilinha Borba ou Marlene, por exemplo. Os cantores paulistas que se
tornaram conhecidos nacionalmente conseguiram, antes, situar-se no Rio, como
Dalva de Oliveira e Isaurinha Garcia. De modo que, como no futebol, a cidade de
São Paulo estava ilhada em sua música popular, num fenômeno talvez inédito em
outros países: havia os cantores nacionais, vindos de todas as partes do país
para o Rio, e havia os paulistanos. Estes cantores só cantavam em rádios de São
Paulo, e seus discos praticamente não se vendiam fora da cidade. O jeito de
concorrer, depois, com a bossa nova carioca, foi através, já na era da
televisão, da americanizada jovem guarda de Roberto e Erasmo Carlos.
No futebol, durante os anos de Canhoteiro, ocorreu a ascensão
do Santos, time de outra cidade, que foi campeão paulista pela primeira vez em
1955, ano da estreia de Canhoteiro como titular, e de Pelé, que estreou como
titular em 1957, ano em que o São Paulo de Canhoteiro é que foi campeão (pela
última vez, até reconquistar o título em 1970, com Canhoteiro já uma figura do
passado). Assim, Canhoteiro surgiu num vazio: o vazio nacional do futebol
paulista e o vazio do time do São Paulo, que ficou inteiramente obscurecido,
durante a carreira do ponta maranhense, pelo domínio duplo do Santos de Pelé e
da Academia do Palmeiras, e, talvez principalmente, pela concentração de suas
energias na construção do Estádio do Morumbi. Restava a Canhoteiro prestar-se a
melindrar ainda mais o Corinthians, também em fase obscura, que durou ainda
mais tempo sem ser campeão, de 1954 a 1977, do que o eclipse são-paulino.
Em números, a trajetória de Canhoteiro, no futebol
paulista, no brasileiro e no mexicano, não é das mais expressivas: José Ribamar
de Oliveira, nascido em Coroatá – uma cidadezinha no interior do Maranhão, com
a cidade maior de Bacabal a oeste, sendo Coroatá tão pequena que seu bispado só
foi criado em 1977, quando o craque já havia morrido; o Coroatá FC só foi
fundado em 1986, com camisas verdes, mas sobre a cidade falaremos mais adiante,
voltemos a Canhoteiro, nascido, a 24 de setembro de 1932 e falecido a 16 de
agosto de 1974, jovem, de derrame cerebral, às vésperas de completar 42 anos,
jogou no São Paulo durante oito temporadas, de 1955 a 1963, tendo atuado em 415
partidas (o décimo quinto são-paulino em número de partidas em toda a história,
sendo Valdir Peres o primeiro, com 597 jogos), com 102 gols. Uma média bastante
modesta, para um ponta-esquerda que jogava avançado, sempre rumo ao gol, de
apenas um gol a cada quatro jogos; mais ainda, desse total, boa parte foi
durante o ano de 1957, em que o técnico húngaro Bela Gutman o forçou, como os
demais jogadores, a treinar a pontaria rumo ao gol. Durante todo esse tempo,
durante toda a sua carreira, afinal não tão curta, Canhoteiro conseguiu apenas
um, e tão-somente um, título importante: o de campeão paulista, em 1957, mais
os títulos pouco significativos de dois torneios internacionais interclubes
caça-níqueis, os de campeão do Torneio de Jarrito, no México, em 1955, e o da
chamada Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, em 1956.
Atuou 16 vezes pela seleção brasileira, com tão-somente
um gol – num empate de 3 a 3 contra o Paraguai no Pacaembu, segundo a maioria
dos testemunhos e dos registros. Na verdade, na seleção, Canhoteiro teve pouco
brilho, ao atuar no Campeonato Sul-Americano de 1956, em janeiro, no Uruguai,
em jogos em que uma equipe formada só de paulistas perdeu de 4 a 1 do Chile,
ganhou de 2 a 1 do Peru, de 1 a 0 da Argentina e empatou por 2 a 2 com o
Paraguai. O Brasil alcançou um modesto quarto lugar nesse Sul-Americano, e
Canhoteiro, como toda a equipe de paulistas, não se destacou nessa ocasião –
tanto que, em março seguinte, para o Pan-Americano no México, foi enviada uma seleção
só de gaúchos.
Canhoteiro voltou à seleção em abril seguinte, num
amistoso contra a seleção pernambucana, vencido pela seleção nacional por 2 a
0, mas com Canhoteiro tendo sido substituído por Escurinho, que fez um dos
gols. Nessa seleção já havia um embrião do escrete de 1958, com Gilmar, Djalma
Santos, Nilton Santos e Didi; o técnico era Flávio Costa, derrotado em 1950,
mas ainda altamente considerado, principalmente porque Zezé Moreira, seu
substituto, havia sido derrotado em 1954, e porque ainda era impensável que o
técnico da seleção nacional não fosse do Rio de Janeiro.
Ainda em abril, em Lisboa, Canhoteiro participou da
vitória do Brasil sobre Portugal, por 1 a 0, gol de seu companheiro do São
Paulo – Gino Orlandi ganhou fama de cabeceador goleador, segundo ele próprio, “porque
era servido pelos cruzamentos do Canhoteiro”. O ponta maranhense foi
substituído por Escurinho, no jogo seguinte, o empate de 1 a 1 com a Suíça em
Zurique. Iniciou a partida, em Viena, em que o Brasil venceu a Áustria por 3 a
2, mas durante o jogo foi substituído por Escurinho. A mesma substituição
ocorreu em Praga, no empate de 0 a 0 contra a então Tchecoslováquia. Não atuou
na derrota de 3 a 0 para a Itália, em Milão, nem, já em maio, na vitória de 1 a
0 contra a Turquia, em Istambul, mas estava presente na derrota de 4 a 2 para a
Inglaterra, em Wembley. Em junho seguinte, não atuou nos dois jogos da Taça
Osvaldo Cruz, no Paraguai, vencidos pelo Brasil por 2 a 0 e 5 a 2 – o ponta-esquerda
Ferreira fez três dos sete gols brasileiros e continuou atuando nos jogos
seguintes, em junho e julho, nas vitórias, ambas de 2 a 0, contra o Uruguai e a
Itália, os dois jogos no Maracanã; no empate de 0 a 0 contra a Argentina em
Buenos Aires (durante este jogo, Ferreira foi substituído por Pepe). Em agosto,
na derrota de 1 a 0 para a antiga Tchecoslováquia no Maracanã, e na vitória
contra os tchecoslovacos por 4 a 1 no Pacaembu, em São Paulo, o ponta-esquerda
foi Pepe, que já havia despontado como grande craque. Em 1957, a seleção jogou
a partir de março – o ponta-esquerda no Sul-Americano de Lima foi Pepe contra o
Chile, Equador, Colômbia, Uruguai, Peru, Argentina; em dois outros jogos contra
o Peru, o ponta-esquerda foi...Garrincha!!!
Canhoteiro, porém, jogou na vitória do Brasil por 2 a 1
contra Portugal, no Maracanã, mas no jogo seguinte, também contra Portugal, em
São Paulo, o ponta-esquerda foi Tite (que, além de jogar na esquerda, também
foi ponta-direita no Santos), assim como em seguida num jogo contra a Argentina.
Nos dois jogos seguintes, contra o Chile, só atuaram jogadores do futebol
baiano, nas últimas partidas da seleção, em setembro de 1957. Na seleção de
1958, a primeira a se tornar campeã do mundo, Canhoteiro atuou apenas em alguns
jogos – em maio de 1958, contra o Paraguai, o titular já era Zagallo; no jogo
seguinte, também contra o Paraguai, Canhoteiro entrou durante o jogo no lugar
de Moacir, na ponta-direita, enquanto Zagallo atuava pela esquerda. Canhoteiro
começou o jogo contra a Bulgária, mas foi substituído por Pepe durante a
partida – nesse jogo, Canhoteiro começou a perder definitivamente a vaga na
seleção que iria disputar a Copa, pois, como o titular deveria ser Pepe,
Canhoteiro estava sem uniforme, apenas de agasalho, quando foi chamado para
entrar em campo. Teve de descer ao vestiário, para vestir a sunga e o calção.
Isso foi considerado um desleixo injustificável (por atitudes semelhantes,
Canhoteiro foi multado várias vezes no São Paulo, a ponto de isso ter se
tornado quase uma rotina).
Em maio, no jogo-treino da seleção brasileira contra o
Corinthians, o ponta-esquerda foi Pepe; logo em seguida Canhoteiro foi cortado.
Isso por duas razões: em primeiro lugar, após o jogo, Canhoteiro deixou a
concentração no hotel Danúbio, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, no Centro
Velho de São Paulo, e partiu para a noite, em companhia de Jadir e do goleiro
Gilmar (“Na verdade, seria exagero classificar Canhoteiro como beberão”, diz o
jornalista Sérgio Baklanos, já falecido, que entre outras publicações trabalhou
em A Gazeta Esportiva. “Os próprios
companheiros contam que dois copos de cerveja bastavam para deixá-lo tonto.”).
Gilmar voltou à concentração no horário combinado, Jadir e Canhoteiro não. Em
segundo lugar, poucos dias depois, saiu num jornal a foto de Canhoteiro com o
companheiro são-paulino Zezinho numa boate. (Aliás, consta que, quando o São
Paulo contratava um novato, Canhoteiro costumava levá-lo para a noite, “para
conhecer as cinco melhores boates de São Paulo”, segundo Baklanos.). A foto com
Zezinho em uma mesa cheia de garrafas foi a gota d’água: na convocação
definitiva, não constava o nome de Canhoteiro. No ano seguinte à sua
não-participação na primeira Copa vencida pelo Brasil, das 22 partidas da seleção
brasileira em 1959, atuou em apenas três, e apenas numa, na vitória contra a
Inglaterra por 2 a 0 no Rio, jogou a partida inteira, nas outras duas tendo
apenas substituído Pelé (?!) e Zagallo, respectivamente nas vitórias de 7 a 1 e
1 a 0 contra o Chile, a primeira no Rio e a segunda em São Paulo.
Em suma, durante o auge de sua carreira como jogador do
São Paulo, tendo como ponto alto o ano de 1957, Canhoteiro não teve maior
destaque na seleção. A rigor, Canhoteiro se inibia e se sentia desconfortável
na seleção, onde julgava que tinha de jogar “sério” e portanto não podia fazer
suas brincadeiras e suas molecagens, mesmo porque jogava ao lado de jogadores
que não conhecia e que lhe pareciam pouco apreciadores de suas firulas e suas
filustrias. Mais ainda, sentia-se mal na seleção porque achava que a seleção,
como em 1950 e 1954, e na verdade já desde os anos 1930, estava fadada ao
fracasso em nível internacional, e ele não queria ser responsabilizado por
isso, como acontecera com Barbosa, em escala menor com Bigode, e, em escala
menor ainda, com Juvenal, três defensores da seleção de 1950. Assim, em números
concretos, Canhoteiro tinha, no que se referia à carreira, tudo para ser apenas
um obscuro nome do passado, tal como aconteceu com a maioria dos jogadores do
São Paulo de sua época, com poucas exceções.
No entanto, seu boné, três décadas após sua morte, ainda é
vendido, em pleno século XXI, nas lojas esportivas de São Paulo, a 8,50 reais,
comparados com os 17 reais do boné de Kaká ou os 12 reais do boné infantil de
França, Zizinho, um jogador que não poderia ser mais carioca do que sempre foi,
disse com todas as letras que “Canhoteiro fazia pela esquerda o que Garrincha
fazia pela direita”, e até mais, pois Zizinho também disse: “Nunca vi um
driblador igual a Canhoteiro.”
Sobre Renato
Pompeu:
Nasceu em
Campinas, SP, em 1941, mas sempre morou em São Paulo. Em 1960 entrou no curso
de Ciências Sociais da USP e no mesmo ano começou a trabalhar como jornalista,
tendo atuado na Folha de S. Paulo, na
revista Veja e no Jornal da Tarde,
além de outras publicações. Ganhou três Prêmios Abril e um Prêmio Esso de
Jornalismo, por trabalhos sobre males do coração, males do tabaco e futebol.
Como escritor, tem 22 livros publicados, entre ficção e não-ficção. Atualmente
colabora na Caros Amigos, Carta Capital, Diário
do Comércio e Diário de S. Paulo,
além do blog. Dos 22 livros publicados, destacam-se os romances "Quatro
Olhos" (1976), "Samba-Enredo" (1992), ambos pela Editora
Alfa-Ômega, e "O Mundo como Obra de Arte Criada pelo Brasil" (2008),
pela Editora Casa Amarela. De não-ficção, "Memórias da Loucura"
(1983), pela Alfa-Ômega, "Globalização e Justiça Social" (1996), pela
Editora Scortecci, e "Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória"
(2002), Ediouro.
para mim canhoteiro foi um craque sim e jamais esquecido por mim como zizinho,nunca os vi jogar mas sempre li sobre eles quando criança e hoje tenho 50 anos,ja joguei tambem no brasil e em portugal,hoje em dia faço um trabalho de descobrir novos craques e treina-los para tal,pois estamos num brasil sem referencias de craques no futebol e o pouco que faço com certeza descubrirei novos craques que nao deixarei no esquecimento e sim nas suas glorias
ResponderExcluirVi ,quando tinha uns sete de idade sempre sonhei em driblar como ele.Só faltou habilidade dele.
ResponderExcluirConheci Canhoteiro na Praia do Flamengo em 1958, em frente ao Hotel Novo Mundo onde se concentrava o time do São Paulo. Levado por meu pai, também Ribamar, tambem José, também Oliveira. Meu pai já o conhecia de São Luís e me conta (confirmado por outros ludovicenses ) que ele
ResponderExcluirfazia "embaixadas"(no Maranh~çao "pezinho"....rssss...) ,com tampinhas
de Guaraná Jesus..... (só tem lá na minha terra....rssss)
Foi por causa dele que meu segundo time é o SPFC.
Um dos maiores jogos que assisti, final do Campeonato Paulista de 1957: SPFC 3 x SCCP 1. O ataque do SPFC era infernal: Maurinho, Amauri, Gino, Zizinho e Canhoteiro.
ResponderExcluirQuando eu tinha entre 7 e 12 anos meu pai me levava no pacaembu ver o tricolor, foi a época áurea de Canhoteiro, realmente nunca vi jogador igual. Papai se referia a ele como professor dos mágicos da bola. Outra coisa, interessante papai era socio do São Paluo as vezes iamos ve-lo treinar no velho caninde, tenho fotos tiradas a beira daquele lago.
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