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Arte: Zuca Sardan |
Deixa Falar : o megafone do esporte sai em
edição extraordinária para abordar dois assuntos: o abaixo-assinado pedindo a
saída de José Maria Marin e o homicídio culposo de um adolescente no jogo
Corinthians x San Jose.
Literatura na Arquibancada esclarece que o “Megafone do
esporte” é um espaço aberto para discussões e reflexões sobre o esporte sem,
contudo, concordar com artigos assinados por seus autores. No caso do item 2
deste artigo, “Homicídio Culposo”, LA deixa claro que, respeita, mas não
concorda com os argumentos de seu autor, especialmente, na questão sobre a
exclusão do Corinthians da Libertadores.
Dois toques do
Megafone:
1) Fora José Maria Marin!
Deixa Falar: o megafone do esporte vem a
público subscrever integralmente as palavras e o abaixo-assinado José
Maria Marin fora da CBF!, elaborado por Ivo Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog e filho do jornalista morto sob
tortura nas dependências da OBAN, em São Paulo, em 1975.
“José
Maria Marin tem sua vida ligada àqueles que sustentaram a ditadura brasileira.
Fez discursos publicamente em favor do assassino, sequestrador e torturador
Sérgio Fleury. Apoiou os movimentos que levaram à tortura, morte e
desaparecimento de centenas de brasileiros. O caso mais notório é do jornalista
Vladimir Herzog. Se a justiça não consegue processar estas pessoas por conta de
uma lei de Anistia torta, não podemos permitir que Marin viva a glória de estar
à frente do maior evento mundial da nossa história”.
Clique aqui para ler
mais a respeito e assine.
2) Homicídio Culposo
Por Raul Milliet Filho (historiador, criador e editor
do Megafone do esporte)
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Kevin Espada, torcedor morto na Bolívia. |
Sobre a violência que culminou com a morte de um
adolescente de 14 anos no jogo Corinthians x San Jose, trata-se evidentemente
de um homicídio culposo e como tal deve ser julgado, tanto pela justiça comum
quanto pela desportiva.
O regulamento da Conmebol é claro e prevê o afastamento
de clubes da Libertadores em situações como esta. As punições anunciadas até o
momento são brandas e paliativas. Não advogo ritos sumários, nem tribunais de
exceção, mas diante de um acontecimento desta gravidade impõe-se a exclusão do
Corinthians da competição, a bem da ética e dos valores gregários do esporte.
A promiscuidade entre diretorias de grandes clubes e
torcidas organizadas é conhecida e comprovada. Tudo isso remete a questões
estruturais, mas que exigem medidas também de imediato. Li em vários lugares e
concordo que Dr. Sócrates apoiaria o afastamento do Corinthians. Lembro do
episódio da final da Copa Europeia em Bruxelas (Juventus x Liverpool),
temporada 84/85, em que morreram 39 torcedores.
Após o incidente, a neoliberal Margaret Thatcher
pressionou e acabou excluindo seis clubes ingleses durante cinco anos das copas
europeias.
O que farão os mandatários do futebol brasileiro e
sul-americano?
E o ministro Aldo Rebelo, ficará circunscrito a uma
tímida e inócua nota de pesar?
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Arte: Zuca Sardan |
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