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Carro da Rádio Bandeirantes, em 1937. Crédito: www.carrosantigoseonibus.nafoto.net |
Domingo, dia 6 de maio, uma das mais tradicionais rádios do Brasil, a
Bandeirantes, completa 75 anos de vida. Várias comemorações estão agendadas,
mas no futebol, um dos segmentos mais conhecidos na programação da emissora, a
data será marcada, felizmente, com o lançamento de uma coleção de livros !!!
O
evento acontece neste sábado, no Museu do Futebol como parte da “Virada
Cultural” de São Paulo. E para reverenciar aquele que foi o primeiro programa
esportivo da emissora, Literatura na Arquibancada também traz para você a
história do cronista pioneiro, não só da Rádio Bandeirantes com o seu “Bola ao
Ar”, mas da imprensa esportiva brasileira: Ary Silva.
Começamos
com a sinopse da coleção: “Futebol é com a Rádio Bandeirantes”
“Nada se
compara a um gol nas ondas do rádio. A emoção do narrador se misturando com o
grito da torcida faz até o mais frio adepto se arrepiar. E como falar de
futebol no rádio sem se lembrar da Bandeirantes?
Em
comemoração a seus 75 anos, a Rádio Bandeirantes fará uma grande festa no
próximo dia 5 de maio (sábado), no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, em
São Paulo.
A emissora irá lançar, em parceria com a editora Panda Books, a
coleção "Futebol é com a Rádio Bandeirantes".
São
quatro livros em capa dura - cada livro é dedicado a um dos quatro mais
populares times paulistas.
A história começa em 1938, quando a
Bandeirantes transmitiu suas primeiras partidas de futebol.
O livro apresenta
os principais programas esportivos do passado, como "Bola ao Ar",
"Movietone Esportivo", "Show de Rádio", entre outros.
Destaques as grandes coberturas e os profissionais que fizeram da Bandeirantes
a emissora mais popular do país em transmissões esportivas.
O livro
é acompanhado de um CD em MP3, que traz as memórias futebolísticas de
profissionais da Bandeirantes identificados com os times.
São depoimentos
apaixonados de José Paulo de Andrade (São Paulo), Salomão Ésper (Corinthians),
Milton Neves (Santos) e Mauro Beting (Palmeiras).
O CD
traz vinhetas e trilhas que marcaram época nas jornadas esportivas.
Há também
gols históricos narrados pelos profissionais da atual equipe da Rádio
Bandeirantes - José Silvério, Ulisses Costa e José Maia.
A
Bandeirantes irá transmitir toda a festa diretamente do Estádio do Pacaembu,
com a apresentação do craque Neto.
Apresentadores, comentaristas, repórteres e
produtores da emissora estarão participando do evento.
José Paulo de
Andrade, Salomão Ésper, Milton Neves e Mauro Beting irão autografar os livros
das 16h às 19h. Cada livro custa R$ 29,90”.
Sobre os
autores:
José
Paulo de Andrade: está
na Bandeirantes desde 1963. Começou sua carreira três anos antes como
rádio-escuta do plantão esportivo da Rádio América, emissora que pertencia ao
Grupo Bandeirantes. Trabalhou durante 14 anos como locutor esportivo até se tornar
apresentador e comentarista de programas jornalísticos da casa. Comandou
debates eleitorais e apresentou o jornal local Band Cidade, na Rede
Bandeirantes de Televisão. Apresenta O pulo do gato desde
1973, programa que é recordista do rádio brasileiro por estar no ar no mesmo
horário e com o mesmo apresentador há 39 anos. Também está à frente do Jornal
Gente desde 1977. É formado em direito pela Universidade de São Paulo.
Mauro
Beting: está
na Rádio Bandeirantes desde 2003. Formou-se em direito na Universidade de São
Paulo e em jornalismo na Fiam. É comentarista de rádio e de televisão na
Bandeirantes e também no canal Bandsports. Tem livros publicados sobre futebol
e jornalismo. Pela Panda Books publicou O dia em que me tornei palmeirense.
Milton
Neves: está
no Grupo Bandeirantes desde 2005. Iniciou a carreira em 1968 como locutor da
Rádio Continental, de sua cidade natal. Apresenta os programas Domingo
esportivo Bandeirantes e Terceiro tempo, que tem também
sua versão televisiva na Rede Bandeirantes de Televisão. Na TV, Milton comandou
importantes programas, como o Supertécnico.
Salomão
Esper: está
no Grupo Bandeirantes desde 1952. Começou na Rádio América, emissora que
pertencia ao grupo, depois de quatro anos na Rádio Cruzeiro do Sul. Entre
tantas atividades que desempenhou, Salomão foi superintendente da emissora.
Formado em direito pela Universidade de São Paulo, Salomão apresenta na
Bandeirantes o Jornal Gente desde 1977, ao lado de José Paulo
de Andrade e Joelmir Beting. Salomão ocupa a cadeira número 22 da Academia
Paulista de Jornalismo desde 2008.
A Rádio
Bandeirantes iniciou suas atividades no dia 6 de maio de 1937, época em que a
concorrência era marcada pela audiência das rádios Record, Kosmos, São Paulo e
Educadora Paulista. Começou com uma programação de música erudita, passando à
MPB até chegar ao esporte. Tito Fleury foi o primeiro narrador de esportes da
emissora enquanto o comentarista, Enéas Machado de Assis. O primeiro era também
o locutor comercial da emissora e o segundo, diretor artístico. Ou seja, foram
improvisados nas funções. Como o rádio crescia rapidamente nesta época fazendo
novos ouvintes a cada dia, especialmente, os ligados em futebol, a Rádio
Bandeirantes decidiu, em 1939, criar um departamento exclusivo para o esporte.
E o
primeiro contratado da Rádio Bandeirantes foi um pioneiro da imprensa esportiva
brasileira, Ary Silva, que naquela época trabalhava também no jornalismo
impresso dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Ary Silva, dirigia e
produzia o programa criado por Otávio Gabus Mendes, “Bola ao Ar”, um dos mais
marcantes na história do rádio brasileiro. Ary marcaria ainda a história da
imprensa esportiva com vários outros feitos, como o de se tornar o primeiro
presidente da Associação dos Cronistas Esportivos (Aceesp), em 1941, quando
tinha apenas 23 anos, ou ainda o de ser um dos “mentores” do “Plano da Vitória”,
um grupo de jornalistas formado por ele, Ary, Paulo Planet Buarque e Flávio
Iazetti, comandados por Paulo Machado de Carvalho para vencer a primeira Copa
do Mundo de 1958, na Suécia.
Tudo
isso só se tornou possível com a fama que Ary Silva obteve com a coluna
diária que assinava no jornal Diário de São Paulo, sob o título:
“Torcida Amiga, bom dia!”. O prestígio conquistado pelo jovem talento fez o
diário paulista apostar na cobertura dos treinos da seleção. O que seus chefes
não poderiam imaginar eram as regalias, impensáveis nos dias de hoje, que Ary
Silva teria no dia-a-dia dos treinamentos da seleção: “certo dia Zezé Procópio
ficou doente e em sua vaga entrou uma jovem revelação para ocupar a sua vaga.
Seu nome era Ary Silva”, relembra o próprio jornalista em suas memórias.
Abaixo a trajetória de
Ary Silva extraída do site www.netsaber.com.br :
“Ary
Silva, filho do do motorista de praça Antonio Justino Silva, não conheceu a
mãe, que morreu ao dá-lo à luz. Foi Ary criado por sua avó, Maria Emilia de
Souza, que era cozinheira do Governador de São Paulo, mais tarde Presidente do
Brasil, Rodrigues Alves. E o menino então foi criado dentro do Palácio Campos
Elíseos, “com muito orgulho”, como se gabava o, mais tarde, jornalista Ary
Silva.
Filho de negros, Ary
nasceu no bairro do Canindé, capital paulista, a 21 de junho de 1917. Estudou
com livros dados, mas estudou e se formou advogado, pela Faculdade de Direito
do Largo São Francisco. Começou, porém, a trabalhar cedo. Primeiro foi ser
vendedor de rádio, mas não conseguiu vender nada, e logo foi ser redator e
revisor de jornal. O pai de Ary tinha um amigo que era chofer do famoso
jornalista e empresário Assis Chateaubriand, e foi aí que o jovem estudante de
Direito se deu bem. Logo conseguiu o emprego no jornal, setor de esportes.
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Ary Silva e João Jorge Saad, fundador da Rádio Bandeirantes. |
Com seu primeiro salário
comprou uma caneta Parker, e um terno. “Andava na estica”, o jovem Ary. Era
advogado e jornalista, sempre ligado ao esporte. Foi então para a Rádio
Bandeirantes, e cobriu a Copa do Mundo, em 1938, trabalho que outros
desprezavam. Foi em Caxambu, Minas Gerais. E foi aí que Ary Silva tornou-se o
primeiro comentarista esportivo do rádio brasileiro.
Da Bandeirantes passou
para as Emissoras Associadas de São Paulo. Sempre rádio. Até se transferir para
a Globo, em 1964, onde ficou até 1970. Antes, em 1950, quando chegou a
televisão, Ary Silva também foi chamado para participar. Quase todos os
elementos do esporte, quer do rádio, como da televisão, eram formados em
Direito, e nisso se incluía Ary. Mesmo porque a própria profissão exigia muito
improviso. E foi por isso também, que vários deles se encaminharam para a
política, o mesmo acontecendo com Ary.
Ele fez sucesso com seus
trabalhos na Federação Paulista de Futebol, onde foi Diretor do Departamento de
Árbitros. Isso o consagrou e o fez vereador pelo Partido Republicano,
inicialmente. Embora achando que não tinha jeito para a política, foi eleito
duas vezes, para a Câmara dos Vereadores de São Paulo, e duas para a Assembleia
Estadual de São Paulo. Na terceira vez, porém, não foi reeleito, para surpresa
de todos e dele próprio. Teve então que repensar sua vida, após ter recebido
mais de 1000 presentes, cartas e votos de solidariedade.
Ary Silva deixou a
política, mas não deixou a luta. Continuou jornalista. E morador do bairro de
Santana, zona norte de São Paulo, havia fundado a “Gazeta da Zona Norte”, em
1963. A ela se dedicou inteiramente. Pediu também demissão da Globo e, passou a
ser só jornalista” (...)
Ary Silva morreu no dia 6
de abril de 2001, aos 83 anos.
Gosto mto da Radio Bandeirantes AM , e o Sr Joao Saad , me ajudou em Brasilia me explicando como conseguiria legalizar uma emissora de radio , e com isso ganhei na época da ditadura militar a Radio Jornal Sul de Minas Ltda., de Bueno Brandão-MG
ResponderExcluirHistória de vida maravilhosa do saudoso Ary Silva. José Paulo de Andrade, ao lado do Salomão, também são dois ícones da querida Rádio Bandeirantes.
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