Quem recebe o apelido de “Divino”
no futebol não precisa ter sua vida dissecada por muitas palavras. Ademir da
Guia completa hoje, em 2016, 74 anos de vida. Seu futebol já foi cantado em versos e
prosa. Tem uma biografia, escrita por Kleber Maziero.
Tem uma música, de Moacir
Franco.
Tem uma frase antológica do jornalista Armando Nogueira: “Nome e
Sobrenome de Craque”.
Tem um filme, “Um craque chamado
Divino”, escrito por Penna Filho e Cláudio Schuster e dirigido por Penna
Filho.
Tem um busto no estádio do
Palmeiras...
Mas não há nada como o poema definitivo de João Cabral de Melo Neto.
Parabéns Ademir da Guia.
Ademir da Guia
Poema João Cabral de Melo Neto
Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o.
Ritmo morno, de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.
(fonte: livro "Museu de Tudo", 1975)
Sobre João Cabral de Melo Neto
Nasceu em Recife,
no dia 9 de janeiro de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de
1999 - Além de poeta, foi um diplomata brasileiro.
Classificado como poeta da
geração 45, terceira geração do modernismo,
foi agraciado com diversos prêmios ao longo de sua carreira de escritor.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Pernambucana de Letras.
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