O Sport retornou em 2012 à primeira divisão do futebol brasileiro. O
jogo dramático, contra o Vila Nova, de Goiânia, no final de 2011, foi disputado sob um
temporal...Jogo não, parecia mais ser uma partida de pólo aquático. Mas o “leão”,
como é conhecido o Sport, venceu por 1 a 0. Mesmo jogando longe de sua torcida,
milhares de torcedores “invadiram” o Serra Dourada para tentar “empurrar” o
time de volta à primeira divisão.
Time de enorme torcida no estado de Pernambuco, o Sport tinha um ilustre
da literatura brasileira como um de seus “símbolos”. Ariano Suassuna não era
torcedor do Sport...Era fanático pelo rubro-negro pernambucano. Perguntado certa
vez como explicaria essa paixão, ele respondeu: “Ser Sport é inexplicável”.
São muitas as histórias de Suassuna com o Sport. Algumas imagens, então,
são marcantes, como no dia em que ele caminhou, dentro do campo, com camisa
vermelha e calça preta, as cores do Sport. Era dia de jogo comemorativo pelos
70 anos da construção do estádio da Ilha do Retiro, local onde o clube “manda”
seus jogos. E Ariano não só gosta, como parece entender de futebol. Antes do
jogo contra o Corinthians, proclamou o placar final da partida: 2 a 1 Sport.
E não para por aí a paixão de Suassuna pelo Sport. Em reportagem feita
pela Revista Continente (veja a íntegra em http://www.revistacontinente.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=844&Itemid=62)
que tinha como tema o relacionamento entre os dois “ícones” da
literatura pernambucana, João Cabral e ele, Suassuna, o futebol e a paixão pelo
seu Sport não poderia ficar de fora:
"Nós éramos muito diferentes. Nós éramos excelentes amigos,
gostávamos muito um do outro. Eu não sei se você sabe, mas houve um período em
que ele foi perseguido no Itamaraty e veio para cá. Ficou na casa do pai dele.
Foi nesse tempo que eu conheci João, porque quando eu comecei a atuar aqui, na
vida literária do Recife, ele já tinha se mudado. De maneira que foi nessa
volta, pelos anos 50, que eu o conheci e fizemos amizade. Então nós íamos muito
para jogo de futebol, juntos, porque eu gosto de futebol e ele gostava também,
e voltávamos a pé. Muitas vezes a gente voltou a pé da Ilha do Retiro.
Torciam pelo Sport?
Não, eu torço
pelo Sport e ele torcia pelo América. Era um dos poucos torcedores do América
(risos). Ele jogou no Santa Cruz, mas torcia pelo América. Então nós vínhamos
juntos, conversando, e a conversa se estendia. Ele morava lá perto do Parque
Amorim, numa rua que tinha, chamada rua Montevidéu. Então a gente chegava e
ficava ainda conversando no portão várias vezes, e ele contava sempre essa
história em que a mãe dele um dia disse: “Ontem à noite você veio para casa com
Ariano Suassuna, não foi?” E ele respondeu: “Foi, como é que a senhora sabe?”
“É porque aquela gargalhada você só dá quando conversa com ele”.
Ariano criou muitas “lendas” em torno dessa paixão desenfreada pelo
Sport, como a frase que teria dito antes de iniciar a gravação de seu quadro
num telejornal pernambucano. Ao testar o microfone ele teria dito: "Viva o
povo brasileiro. Viva o Glorioso Sport Club do Recife".
E há outras, muitas outras que um dia o Literatura na Arquibancada ainda
era descobrir.
Agora, neste momento em que nos deixou fisicamente, ele deve
estar chegando ao céu trajado com a mesma roupa que um dia utilizou ao ser convidado para uma
festa. Naquela ocasião, ele surpreendeu a todos se vestindo de preto e vermelho.
Perguntado sobre o motivo de estar vestido daquele jeito, ele respondeu com
aquele jeitão de quem já viu uma de suas palestras: "No convite estava
escrito que era para vim de esporte fino".
Ariano está agora como um dia se
vestiu: de esporte fino.
Sobre
Ariano Suassuna:
Ariano Suassuna nasceu na Paraíba em 1927, mas desde os 15 anos morou em Recife. É dono de uma obra vigorosa, tendo recebido inúmeros prêmios. Em 1947, quando publicou seu primeiro texto, Uma mulher vestida de sol, já dava sinais claros de que se tornaria um grande autor. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor com os temas e as formas de expressão artística que viriam mais tarde constituir seu universo literário. Suas histórias nascem no chão do Nordeste, dele se alimentam e para ele retornam. Por isso, são nordestinas, brasileiras, universais e têm a marca dos romanceiros populares e do teatro de marionetes.
As peças O casamento suspeitoso e O santo e a porca estão sempre em cartaz pelo Brasil afora, divertindo pessoas de todas as idades. Seus livros estão traduzidos para diversas línguas e suas histórias se popularizam na televisão e no cinema. Sua obra foi tema do enredo de escola de samba Império Serrano, no carnaval do Rio, em 2002. Homenagem do povo, que ele retribuiu desfilando na avenida. Em 2008, foi a vez da escola paulista Mancha Verde homenagear o escritor. Ariano Suassuna era um homem alto, falante (sabia contar uma história como ninguém), adorava futebol, era um verdadeiro mestre (chamavam suas conferências de espetáculo) e estava sempre envolvido na defesa da cultura brasileira. Era membro da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores dramaturgos da língua portuguesa.
As peças O casamento suspeitoso e O santo e a porca estão sempre em cartaz pelo Brasil afora, divertindo pessoas de todas as idades. Seus livros estão traduzidos para diversas línguas e suas histórias se popularizam na televisão e no cinema. Sua obra foi tema do enredo de escola de samba Império Serrano, no carnaval do Rio, em 2002. Homenagem do povo, que ele retribuiu desfilando na avenida. Em 2008, foi a vez da escola paulista Mancha Verde homenagear o escritor. Ariano Suassuna era um homem alto, falante (sabia contar uma história como ninguém), adorava futebol, era um verdadeiro mestre (chamavam suas conferências de espetáculo) e estava sempre envolvido na defesa da cultura brasileira. Era membro da Academia Brasileira de Letras e um dos maiores dramaturgos da língua portuguesa.
Para
saber mais, acesse:
Amoooo Ariano, sou sua fã sempre tive vontade te de conhecer pessoalmente mais nunca tive oportunidade...
ResponderExcluir